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Centelha discute as questões de gênero através do trabalho doméstico. Na performance, as artistas percorrem a cidade carregando eletrodomésticos nas costas realizando ações, tais como: girar em torno do objeto, assim como fazer o eletrodoméstico girar em torno do eixo pessoal, ceder o peso sob o eletrodoméstico, arrastá-lo, abrir e fechá-lo, etc.

O trabalho evoca aspectos como esgotamento e crise que, ao mesmo passo que são elementos de um afogamento, são ações que revelam desejos e devires. Centelha reforça a ação performativa como modo de existência e frisa que ações diárias, cotidianas e inseparáveis da vida ordinária e comum, engendram escolhas e universos possíveis, que instalam-se na fronteira entre a realidade e a ficção. O trabalho emerge do desejo de tensionar as relações de vida e poder, das inquietações presentes no trabalho e na produtividade derivada do sistema neoliberal e patriarcal.